"Aeroporto: Área Restrita" mexe com ansiedade de quem vai viajar
Produção brasileira ganhou destaque nos últimos meses ao ver seus personagens envolvidos nos grandes assuntos da política brasileira.
Uma das séries que viciei completamente nos últimos meses foi Aeroporto: Área Restrita, que no Brasil é exibida pelo Discovery e está também no streaming da HBO Max - que em breve se chamará apenas Max (mais informações abaixo). Construída em cima de um formato do qual não sou muito fã, o de Reality TV, Aeroporto: Área Restrita acompanha o cotidiano de equipes da Receita Federal, Polícia Federal (PF) e outras equipes nas tentativas de combater os mais variados crimes - o principal deles, o tráfico internacional de drogas e tarifas alfandegárias - no maior aeroporto internacional do Brasil: Guarulhos.
Nas últimas semanas, personagens reais da série ganharam enorme relevância: primeiro, foi o diretor Mario de Marco, apontado pela imprensa como um dos responsáveis por não autorizar o pedido do presidente que não merece ser citado de recuperar jóias que haviam sido dadas ao governo brasileiro pelos Emirados Árabes.
Depois, esse caso passou a ter um parceiro quando veio à tona a situação de duas brasileiras presas na Alemanha acusadas de tráfico internacional de entorpecentes. As investigações, no entanto, desmantelaram uma quadrilha que atuava dentro do aeroporto. Funcionários da terceirizada recebiam até R$ 30 mil para trocarem as etiquetas das bagagens.
A partir daí choveram reportagens de passageiros relatando novas medidas de segurança para se prevenir contra esse tipo de ação criminosa - gente que passou a gravar a mala, tirar foto, envelopar, etc. Comumente, a série até exibe operações conduzidas pela PF nos galpões que recebem as malas pelas esteiras uma vez que são despachadas pelas companhias aéreas. Fica claro em várias passagens de Aeroporto: Área Restrita que as equipes são enxutas para combater basicamente crimes comuns que acontecem em cidades de 400-500 mil habitantes.
Por outro lado, não dá também para justificar a insegurança apenas nisso: as reportagens deixam claro os problemas de câmeras com ponto cego, adesivo de identificação fácil de retirar, trânsito irrestrito em áreas justamente restritas e internas. Para mim, essa é uma das principais questões que preocupam e que a série, por sinal, não aborda.
Mas se você não quiser agravar o seu medo ou ansiedade ao ver sua mala sendo despachada e começar a rezar para que ela chegue sem violações ao seu destino, Aeroporto: Área Restrita não é um dos programas mais indicados para assistir depois de um longo dia de trabalho. Contudo, se você quiser algumas dicas para se prevenir, há bons depoimentos dos agentes que atuam em Guarulhos. A verdade é que isso pode acontecer com qualquer um - e as brasileiras só foram soltas quase 40 dias depois. Estamos reféns da violência, até no aeroporto.
Links Recomendados
O site The Hollywood Reporter publicou uma lista com os 50 melhores filmes do século 21 (até o momento). Um pouco presunçosa demais, ainda mais por não trazer filmes de Spielberg, Scorsese, Schareder ou Paul Thomas Anderson na lista. Mas como por aqui gostamos de lista, até quando é para criticar, vale a indicação. (Link)
O Festival de Cannes anunciou o seu line-up para a edição 2023. Diretores Jonathan Glazer, Wes Anderson, Kore-eda, Ken Loach e Wim Wenders estão na competitiva. E tem representante brasileiro na competição: Karim Ainouz, que já venceu a mostra Un Certain Regard, leva ao festival Firebrand. Quem terá exibição de gala na mostra é Martin Scorsese, com Killers of the Flower Moon - até o momento, fora de competição. (Link)
Falando em Killers of the Flower Moon, novo filme de Scorsese terá três horas e 26 minutos, apenas três minutos a menos que o seu filme anterior, The Irishman. (Link)
O Writers Guild, que é o Sindicato dos Roteiristas de Hollywood, deu sinal verde para uma possível greve da categoria a partir do dia 1º de maio. Essa é a data em que deverá ser renovada a negociação coletiva entre a categoria e os grandes estúdios de filmes e séries. (Link)
O filme Super Mario Bros. ultrapassou US$ 200 milhões nas bilheterias do fim de semana da Páscoa. Mesmo para uma geração criada na era do streaming sob demanda, uma ida ao cinema ainda pode ser uma aventura que vale a pena. E uma reportagem da Vanity Fair trata que Hollywood, na intenção de salvar os complexos de cinema, precisa apostar mais nesse público infantil. (Link)